por EdEn Conteúdos – A agricultura orgânica – que não utiliza produtos químicos sintéticos – está ganhando terreno globalmente e no Brasil, impulsionada por uma consciência crescente sobre os riscos à saúde que alimentos contaminados por resíduos químicos podem trazer.
Uma pesquisa recente, realizada por técnicos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), aponta que a Oceania lidera o crescimento do setor com um aumento anual de 12%, enquanto a América Latina, com o Brasil em destaque, segue com um crescimento superior a 8% ao ano. Frutas, cereais, café e açúcar ainda são os principais produtos orgânicos no cenário mundial, com os EUA e a Europa como maiores consumidores.
No Brasil, o mercado de orgânicos tem mostrado um vigor especial, com as vendas quadruplicando de 2003 a 2017 e um salto de 30% em 2020, movimentando R$ 5,8 bilhões. Apesar desses números impressionantes, um estudo conduzido pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), e publicado na revista “Desenvolvimento e Meio Ambiente”, destaca lacunas significativas no mapeamento e na regulamentação da produção orgânica nacional, o que indica que o setor ainda tem muito a crescer.
A pesquisa revelou um aumento de 75% no registro de produtores orgânicos de 2017 a 2022, mas ainda assim, a agricultura orgânica ocupa apenas 0,6% das áreas agrícolas do país. O estudo indica uma crescente demanda, evidenciando a necessidade de políticas públicas mais efetivas que engajem tanto consumidores quanto produtores na expansão do setor.
Especialistas argumentam que o desenvolvimento de tecnologias para a produção de sementes, o acesso a bioinsumos (como o adubo orgânico SDM e o aditivo agrícola SDFender) além de maquinários adequados, e uma certificação mais acessível para alimentos orgânicos, são essenciais para fortalecer a agricultura orgânica no Brasil. A logística de distribuição e a necessidade de mais espaço nos varejos para produtos orgânicos também são desafios que precisam ser superados para democratizar o acesso a esses alimentos.
O estudo mostra que o mercado de orgânicos no Brasil demonstra um potencial de crescimento robusto, mas há uma necessidade clara de melhorias das políticas públicas, incentivos e normativas que garantam a qualidade e a expansão da produção orgânica. A cooperação entre o setor público, os produtores e os consumidores será fundamental para atender a crescente demanda por produtos orgânicos, promovendo uma agricultura mais sustentável e saudável para todos.
