O Brasil quer aproveitar sua presidência no G20 – grupo das maiores economias do mundo – para divulgar as boas práticas agronegócio sustentável e derrubar barreiras comerciais aos produtos orgânicos brasileiros.
A sustentabilidade nos sistemas agroalimentares é uma das prioridades que o país apresentou em reunião virtual com outros integrantes do G20, para as discussões do Grupo de Trabalho da Agricultura ao longo do ano. O colegiado reúne representantes de 30 países e mais 30 organizações internacionais.
A pauta brasileira também inclui o aumento da contribuição do comércio internacional para a segurança alimentar e nutricional, o reconhecimento do papel essencial da agricultura familiar, camponeses, povos indígenas e comunidades tradicionais para sistemas alimentares sustentáveis, saudáveis e inclusivos e a promoção da integração sustentável da pesca e aquicultura nas cadeias sociais locais e globais.
A discussão vai abordar também o impacto do clima no setor produtivo e nos desafios para garantia da segurança alimentar e nutricional.
“A sustentabilidade e a demonstração das múltiplas formas e múltiplos caminhos que ela pode percorrer na agricultura visam evitar a tomada de decisões unilaterais de alguns blocos ou países contra determinada forma de produzir em determinado país. Isso é demanda global dos países produtores, queremos mostrar que a sustentabilidade pode ser feita de várias formas de acordo com solo, clima, cultura local, mas claro de forma sustentável”, disse o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Roberto Perosa. Ele é o coordenador do GT de Agricultura do G20.
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O Brasil sediará pelo menos quatro encontros presenciais a partir de abril (em Brasília, Recife e Cuiabá), com a participação das delegações estrangeiras das 20 maiores economias do mundo. O objetivo será elaborar um documento técnico com as diretrizes para o desenvolvimento sustentável do setor agropecuário nesses países.
A secretária-executiva do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Fernanda Machiaveli, destacou que os pontos levantados pelo Brasil receberam elogios. Principalmente a valorização da agricultura sustentável e a inclusão dos pequenos produtores como atores fundamentais para a produção de alimentos saudáveis no mundo.
“Expusemos várias boas práticas e programas que o Brasil já desenvolve, desde a política nacional de agroecologia e produção orgânica, práticas que Brasil já é referência na agricultura tropical, e outras iniciativas que visam preservar nossas florestas”, destacou Machiaveli.