O Brasil vai negociar com cinco países o reconhecimento de seu sistema de certificação de produtos orgânicos para exportação de itens de maior valor agregado. O secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Roberto Perosa, embarca para uma missão internacional de 15 dias, com compromissos nos Emirados Árabes Unidos, Omã, Rússia, Turquia e Azerbaijão.
Essa será a primeira missão internacional em que o Ministério da Agricultura tentará fechar acordos para a exportação de produtos orgânicos. Como a certificação desse tipo de produção se baseia apenas em critérios nacionais, o objetivo é obter o reconhecimento da equivalência dos sistemas para viabilizar o comércio.
"Em toda viagem de negociação estamos buscando o reconhecimento da produção de orgânicos brasileira, a equivalência, para que a metodologia de produção de orgânicos no Brasil seja reconhecida por outros países para que a gente possa exportar como orgânico também", afirmou Perosa.
Produzir orgânicos com qualidade de exportação requer o uso de produtos altamente qualificados. O adubo orgânico OrganBio é elaborado a partir de matérias primas renováveis, alinhado aos princípios do desenvolvimento sustentável e da nova era da agricultura no Brasil
ROTEIRO – O primeiro compromisso de Roberto Perosa será em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, onde participará da Gulfood, a maior feira do Oriente Médio para a alimentação, e de reunião da Organização Mundial do Comércio (OMC).
Em Omã, o secretário discutirá importação de fertilizantes nitrogenados e parcerias para ampliar a venda de proteína animal ao país. “Vamos tratar da possibilidade de transformar Omã em um grande hub para produtos de origem animal dentro do Oriente Médio. Eles querem fazer isso, retomar protagonismo que Omã já teve para importar produto brasileiro e ser um hub de distribuição na Ásia”, disse Perosa, em conversa com jornalistas.
Na Rússia, a agenda será com a comissão intergovernamental de cooperação econômica, comercial, científica e tecnológica (CIC), em Moscou. Perosa disse a pauta inclui também a importação de fertilizantes, novas habilitações de plantas frigoríficas do Brasil e a abertura de mercado para a exportação de DDG, o farelo resultante do processamento de milho para etanol.
No Azerbaijão, a pauta inclui a tentativa de aberturas de mercado, mas o secretário não relevou quais produtos estão na lista, e a importação de fertilizantes nitrogenados pelo Brasil. Perosa também vai conversar sobre a inserção da agricultura na edição da COP deste ano, que será em Baku, capital do país. O objetivo é prever ações para a conferência em 2025, em Belém (PA).
Perosa retorna em 5 de março para o Brasil. Depois, embarca para a Argentina, nos dias 8 e 9, para encontro bilateral com o secretário argentino, Fernando Vilella. Essa será a primeira agenda bilateral na área de agricultura com o país vizinho após a eleição do presidente Javier Milei.
"Temos uma relação de interdependência muito grande, exportamos e importamos muito. A viagem será para restabelecer o contato com a mudança do governo", disse Perosa.
A agenda internacional ainda inclui uma missão ao sudoeste asiático, junto com, pelo menos, 100 empresários do agronegócio nacional. A agenda prevê compromissos no Vietnã, Malásia, Tailândia e Camboja.