A praga conhecida como mosca-branca, ou Bemisia tabaci, que começou a aparecer em regiões como Minas Gerais (veja aqui) tem se espalhado pelas lavouras do país, se revelando como um grande desafio para os agricultores brasileiros.
Classificada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) como uma das principais ameaças fitossanitárias, a praga ocupa a oitava posição em um ranking que contempla 83 pragas. Apesar de ser chamada de mosca, este é um inseto sugador que tem a capacidade de comprometer severamente a produção agrícola devido ao seu amplo espectro de hospedeiros, incluindo mais de 500 variedades de culturas comerciais e silvestres, especialmente em regiões de clima tropical.
O impacto da mosca-branca vai além da simples extração de nutrientes das plantas; ela é vetor de patógenos como o begomovirus e o crinivirus, que afetam o tomate, e o carlavirus, que ataca a soja, podendo causar a necrose e, eventualmente, a morte da planta. A atração dessa praga por plantas de tecidos tenros e nutritivos torna a sua gestão um desafio, considerando a ausência de culturas resistentes ou tolerantes a ela.
Por conta disso, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) enfatiza a importância da detecção precoce da infestação e da implementação de estratégias de manejo apropriadas. Entre os métodos de controle, ganham destaque os predadores naturais da mosca-branca, como a joaninha, o bicho-lixeiro e o percevejo predador, além do uso de bioinseticidas (a própria Embrapa desenvolveu um produto específico), associado ao uso do extrato pirolenhoso SDFender, um poderoso aditivo agrícola.
O SDFender é um subproduto da produção de carvão vegetal, surge como uma solução orgânica e sustentável que reforça as defesas naturais das plantas. O extrato pirolenhoso, além de contribuir para a mitigação de impactos ambientais, potencializa a eficácia de inseticidas no controle da mosca-branca, representando um avanço significativo nas práticas de manejo integrado de pragas.
A prevalência da mosca-branca tende a reduzir com a chegada de temperaturas mais frias, abaixo de 26ºC, especialmente a partir de maio nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do país. Entretanto, até esse período, a umidade elevada, típica do clima chuvoso, facilita a proliferação da praga em uma vasta gama de culturas, incluindo soja, tomate, algodão, entre outras, representando um risco constante à agricultura nacional.